Investigação revela que a diocese britânica é parcialmente responsável pelos hábitos de jogo dos seus funcionários
Martin Sargeant foi condenado a cinco anos de prisão por um esquema elaborado para defraudar o Fundo Diocesano de Londres (LDF) em 5,2 milhões de libras (6,3 milhões de dólares) durante 10 anos para financiar o seu hábito de jogar. Em resposta ao escândalo, a Igreja lançou uma investigação alargada para determinar porque é que ele foi capaz de manter o seu programa durante tanto tempo. A diocese reconhece agora que tem alguma responsabilidade.
Na terça-feira, a LDF anunciou que tinha recebido o relatório preparado pela empresa de contabilidade e consultoria Crowe LLP. A LDF encomendou o inquérito em maio passado.
Sargent tinha plena autoridade para transferir fundos para a sua própria conta bancária, tanto antes como depois de se ter demitido do cargo de diretor de operações da diocese. O relatório concluiu que este facto se deveu em grande parte à falta de supervisão pessoal, de auditoria e de comunicação entre ele e os funcionários da igreja.
REGRA LIVRE, SEM RESPONSABILIDADES
Quinze pessoas participaram na fase de entrevistas do estudo. Para além do antigo Bispo de Londres, Lord Chartres, e da sua sucessora, a Reverenda Sarah Mullally, participaram também o então Arquidiácono de Londres, Pierre Delaney, e o seu sucessor, Luke Miller.
No seu relatório, Crowe concluiu que havia uma falta de compreensão do envolvimento da City Church Grants Commission (CCGC) nas igrejas de todo o país. Sargent tinha controlo total sobre as finanças e a informação da CCGC e das igrejas que supostamente recebiam fundos através da comissão.
A falta de controlo externo pode ter contribuído para a fraude em curso. Os inquiridos observaram que Sargent não mostrava sinais óbvios de estar a viver acima das suas possibilidades. No entanto, também não existem controlos para monitorizar as suas finanças.
O relatório sublinha igualmente a existência de várias medidas culturais e ambientais que facilitam a fraude. Entre outras coisas, o inquérito revelou que os inquiridos acreditavam que Sargent tinha um comportamento autoritário semelhante ao de um bispo.
Crowe apresentou algumas sugestões para garantir que algo assim não volte a acontecer. No centro das propostas está a criação de um quadro abrangente para as igrejas que inclua a gestão financeira e a gestão de projectos, bem como o aconselhamento e o apoio necessários.
Além disso, os princípios contabilísticos devem ser cuidadosamente avaliados, incluindo políticas de avaliação de relatórios, monitorização e divulgação. Atualmente, as políticas existentes carecem de clareza quanto à definição de divulgação de informação e à forma como esta é avaliada.
Além disso, as igrejas devem efetuar uma avaliação financeira exaustiva após a conclusão de cada projeto. Para aumentar a transparência, a conta bancária utilizada pelo registante como referência para a transferência de novos serviços também deve ser verificada.
FIM DA REGRA
De 2009 a 2019, Sargent enganou a igreja com ousadia e habilidade. O homem de 53 anos ganhou tal reputação dentro da paróquia e da igreja que nunca ninguém parou para questionar as suas acções. Isto dá-lhe mais confiança a todos os níveis do sistema.
Retirou repetidamente fundos da diocese que se destinavam a projectos comunitários em várias igrejas. Sargent gastou o dinheiro em férias, jogos de azar e outras actividades.
Em julho do ano passado, foi acusado de branqueamento de capitais e de prestar falsas declarações. A notícia da sua detenção veio à tona há dois meses, mas a sua identidade permaneceu em segredo. Acabou por se declarar culpado de apenas uma acusação de fraude num acordo judicial.
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Fonte: www.casino.org