Será que já existia no antigo Egipto? - Antigos sinais de cirurgia do cancro descobertos após 4300 anos.
Na mesma época, a alta cultura ao longo do Nilo pode ter estado envolvida noutras maravilhas: a luta contra o cancro através da cirurgia. Os arqueólogos descobriram provas deste facto em crânios com mais de 4300 anos que apresentam sinais de tumores na mandíbula e metástases.
Marcas cirúrgicas e incisões nestes ossos do crânio podem sugerir: Os antigos egípcios investigaram cirurgicamente estes tumores ósseos. Ou tentaram removê-los, como relatou a revista científica scinexx.de.
Cirurgia à sombra das pirâmides
Os antigos egípcios conheciam bem os tratamentos dentários, as próteses e até mesmo as fracturas ósseas, bem como as fracturas do crânio. Não tinham medo de cirurgias ao cérebro, como se pode ver em alguns crânios.
"Agora sabemos que também examinavam tumores cancerígenos, podendo operá-los", relata a revista científica. "Um crânio de cerca de 2600 a 2300 a.C., que faz parte da coleção da Universidade de Cambridge, prova-o."
O crânio pertenceu a um homem com idade entre 30 e 35 anos. As análises efectuadas por cientistas da Universidade de Tübingen revelaram que: "O crânio com 4.300 anos mostra sinais claros de um tumor primário na maxila. Para além disso, o osso do crânio está cheio de mais de 30 pequenos buracos circulares e danos".
Os investigadores afirmaram que estas lesões patológicas correspondem a um tumor nasal-faríngeo primário da maxila e a metástases secundárias no resto do crânio. "O crânio 236 representa um dos mais antigos casos de cancro conhecidos do antigo Egipto".
A sensação surgiu quando a equipa da Universidade analisou ao microscópio o ambiente das metástases ósseas do crânio 236. Vários cortes eram então visíveis perto de alguns dos buracos redondos do osso.
A forma e a localização destas incisões sugerem que foram utilizadas para expor os tumores - ou mesmo para os remover. "Parece que os antigos egípcios praticavam uma forma de tratamento cirúrgico relacionado com estes tumores", citam os investigadores do Scinexx.
No entanto, ainda não é claro se estas incisões foram feitas pouco antes da morte ou logo a seguir, confessaram os investigadores. É também possível que tenha sido efectuada uma autópsia a uma pessoa recentemente falecida.
Ainda assim, "esta descoberta é um testemunho único de como a antiga medicina egípcia tentava estudar ou tratar o cancro", garantem os cientistas. "Isto dá-nos uma perspetiva completamente nova sobre a história da medicina".
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