Camboja impõe sanções a 800 jornalistas por terem recebido dinheiro de um casino
O Ministério da Informação do Camboja ameaçou com sanções 828 "jornalistas", acusando-os de extorquir "arroz, água, gasolina" e outros brindes dos casinos fronteiriços, noticiou o Khmer Times.
Em setembro, o principal casino da província de Takeo, o Diamond Casino, queixou-se nas redes sociais de que "700 a 900" pessoas por mês alegavam representar os meios de comunicação social e usavam passes de imprensa para pedir boleia ao casino.
O porta-voz do Ministério da Informação, Tep Asnarith, disse que foram entrevistados 192 jornalistas de 107 meios de comunicação social, incluindo 170 homens e 22 mulheres. Acrescentou que o Ministério estava a preparar "acções legais" contra as restantes 636 pessoas que não compareceram.
"O Ministério da Informação está a preparar os procedimentos adequados para lidar com esses indivíduos", acrescentou Asnaris.
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Não é claro se as alegações contra os jornalistas são verdadeiras ou se fazem parte de uma ação repressiva contra a liberdade de imprensa por parte do governo cambojano. Os salários dos jornalistas no país são baixos e a corrupção é generalizada. Isto pode encorajá-los a serem pagos diretamente pelas instituições para as quais trabalham em troca de boas descrições.
Mas não parece normal que tantos jornalistas escrevam sobre casinos numa cidade adormecida na fronteira com o Vietname, a menos que muitos deles estejam apenas a fingir ser jornalistas.
Segundo a Aliança de Jornalistas do Camboja (CamboJA), o governo autoritário do país está empenhado em suprimir os media independentes. Entretanto, o jornal de língua inglesa Khmer Times, a fonte da reportagem, apoiou fortemente o governo em reportagens e editoriais.
A história também foi relatada pelo Phnom Penh Post, que foi comprado por um empresário próximo do governo em 2018, o que levou a Amnistia Internacional a lamentar o "colapso da liberdade de imprensa no Camboja".
No ano passado, o governo encerrou uma das últimas organizações noticiosas independentes do país, a Voz da Democracia (VOD).
"O partido no poder está preocupado com o papel dos meios de comunicação independentes no país, porque não são controlados pelo governo", disse o diretor executivo do CamboJA, Nop Vy, à Reuters no ano passado.
Ética nos media
O Khmer Times também citou Wei como tendo dito que o incidente tinha causado enormes danos à reputação dos jornalistas cambojanos.
As medidas preventivas visam educar, melhorar a compreensão dos meios de comunicação social e a formação profissional dos jornalistas, com a participação colectiva de todos os envolvidos", disse Wei. "Quando os jornalistas realizam o seu trabalho de acordo com as suas funções e responsabilidades e com ética e profissionalismo, a sua reputação na sociedade irá melhorar. "
Num comunicado de imprensa, o ministério exortou todos os jornalistas a respeitarem as leis da imprensa e advertiu contra as violações éticas que "prejudicam a honra dos meios de comunicação social e perturbam a ordem". Anunciou que tomaria medidas legais se houvesse mais violações dos regulamentos de imprensa.
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Fonte: www.casino.org