Enigma de Santa Anita Park: 21 cavalos de corrida mortos deixam perguntas sem resposta
Nas últimas dez semanas, 21 cavalos de corrida morreram ou foram submetidos a eutanásia no famoso hipódromo de Santa Anita Park, na Califórnia. A equipa de gestão encontra-se perante um dilema, uma vez que organizações de defesa dos animais, como a PETA, exercem pressão sobre eles. O hipódromo está atualmente encerrado.
Será a chuva a culpada pelas tragédias?
Desde o início da época de corridas, em dezembro, 21 cavalos de corrida sofreram ferimentos graves no lendário centro equestre de Santa Anita Park, em Arcadia, na Califórnia, o que resultou na sua morte ou eutanásia. O último cavalo a morrer em Santa Anita Park foi uma égua de quatro anos chamada Let's Light The Way, propriedade da entusiasta de cavalos Debbie McAnally. Ela disse: "Dei-lhe o nome de Let's Light The Way porque era uma puro-sangue quase branca e por causa da forma delicada como andava."
Devido a estes infelizes incidentes, o hipódromo foi encerrado temporariamente, estando apenas a decorrer um treino limitado. Um grupo de investigadores está atualmente a tentar determinar a causa destes acidentes. Estão a ser realizadas necrópsias aos cavalos envolvidos nos acidentes. No entanto, pode levar meses até que os resultados estejam disponíveis.
Tanto treinadores como proprietários de cavalos, funcionários do hipódromo e activistas do bem-estar animal ficaram surpreendidos e alarmados com o elevado número de mortes. O porta-voz do hipódromo, Mark Willman, sublinhou que os ferimentos eram complexos e que a chuva foi a principal causa dos acidentes.
O sul da Califórnia viveu recentemente um inverno frio e húmido, o mais chuvoso das últimas décadas: Só em fevereiro caíram cerca de 30 cm de chuva e as temperaturas desceram abaixo dos 21°C. Apesar de a pista estar constantemente coberta com materiais especiais para evitar derrames, muitas pessoas envolvidas com o Santa Anita Park acreditam que a chuva é a culpada pelos acidentes com animais.
Será que o solo causa os acidentes?
Jim Cassidy, presidente da Thoroughbred Trainers Association (TTA), cujo cavalo Amboseli sofreu "lesões catastróficas" e morreu mais tarde, é um dos que acreditam que a chuva é a culpada. Cassidy explicou que é utilizado um selante para preparar a pista para as tempestades, mas que se torna demasiado poroso quando chove, fazendo com que a superfície da pista fique demasiado macia.
Por outro lado, a pista fica demasiado dura quando a chuva pára. Por conseguinte, Cassidy tem vindo a defender uma pista sintética desde 2010, uma vez que a pista atual se tornou "cada vez mais difícil de manter" com "problemas de drenagem".
Para analisar a causa dos acidentes, o estado da pista de corridas está atualmente a ser meticulosamente investigado. Dennis Moore, diretor dos hipódromos de Los Alamitos e Del Mar, em Orange County, está a ser consultado para este efeito. Utilizando uma máquina que simula o galope dos cavalos, a pista de Santa Anita Park está a ser minuciosamente inspeccionada para detetar falhas e perigos. No entanto, ainda não foram obtidos resultados conclusivos. Para além disso, a pista foi examinada com recurso ao georadar, que permite aos cientistas avaliar com precisão a composição das camadas superiores do solo, mas não foram descobertos defeitos que levassem aos acidentes durante esta investigação.
Apenas uma semana antes da morte do último cavalo na pista, o proprietário do Santa Anita Park, o Stronach Group, anunciou o encerramento temporário da atividade. O hipódromo foi também inspeccionado, sem sucesso, pela Universidade de Kentucky. Uma semana antes da morte do último cavalo, o Professor Mick Peterson inspeccionou a pista, comentando a consistência da composição da superfície. "O principal é a consistência", disse ele, insistindo que a superfície era "100% segura". No entanto, apenas alguns dias depois, o cavalo de Debbie McAnally morreu.
Estarão envolvidas substâncias que melhoram o desempenho?
A teoria de que a chuva e as condições do terreno são responsáveis pelos infelizes acidentes não é universalmente aceite. Em vez disso, surgiu outra explicação, particularmente defendida pela organização de proteção dos animais PETA: o uso de drogas e substâncias que melhoram o desempenho. A PETA é apoiada pelo veterinário equino Rick Arthur a este respeito.
O veterinário afirmou que os cavalos eram todos de natureza diferente, tornando impossível atribuir as causas de morte apenas às condições climatéricas e ao tipo de pista. Salientou que os animais provinham de 19 treinadores diferentes e não eram particularmente velhos. O veterinário considera, portanto, que as mortes se devem principalmente à intensificação das actividades comerciais. Não podemos esperar respostas claras. Só podemos esperar que sejam desenvolvidas estratégias para tornar as corridas mais seguras. Não se trata apenas da pista, não se trata apenas do cavalo. É toda a programação, o programa de treino, o programa de corridas, tudo."
Os cavalos de corrida californianos são submetidos a rigorosos testes de despistagem de drogas e os treinadores só podem administrar uma quantidade específica de anti-inflamatórios.
Apesar de ninguém na indústria das corridas ter apontado as drogas como um possível problema, os defensores do bem-estar animal têm criticado frequentemente a utilização de analgésicos, afirmando que estes levam o desempenho dos cavalos ao limite. Kathy Guillermo, vice-presidente da PETA (People for the Ethical Treatment of Animals), informou-nos que tem estado a falar com Santa Anita sobre este problema. Até ao momento, não foram divulgados mais pormenores, pelo que teremos de esperar para ver o que acontece a seguir.
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Fonte: www.onlinecasinosdeutschland.com