Ex-governador indonésio, viciado em jogo, é enviado para a prisão
Lukas Enembe, antigo governador da província indonésia da Papua, está agora a caminho da prisão. O juiz considerou-o culpado de ter roubado e utilizado indevidamente fundos do Estado para despesas pessoais, como viagens de jogo luxuosas a Singapura e à Austrália. A sua sentença inclui um reembolso obrigatório de 19,7 mil milhões de IDR (1,2 milhões de dólares).
Os crimes de Enembe foram expostos quando as autoridades descobriram que ele tinha desviado fundos do Estado e os tinha utilizado para jogos de azar e outros fins pessoais. Para além disso, aceitou subornos de empresas privadas em troca da aprovação de contratos, o que lhe valeu pelo menos 47 mil milhões de IDR (2,96 milhões de dólares), embora o montante real possa ser mais elevado. O juiz recusou-se a obrigá-lo a reembolsar o montante total.
Enembe também enfrenta acusações de branqueamento de capitais e as autoridades já tinham apreendido 82 mil milhões de IDR (5,16 milhões de dólares) relacionados com esse caso. Este caso mostra as estratégias elaboradas utilizadas para esconder a sua riqueza obtida ilegalmente.
Parte do dinheiro que se pensa ter sido retirado do tesouro da Papua acabou nas contas dos membros da sua família, que também viram os seus fundos congelados. O governo recusou-se a atender aos pedidos de Enembe para devolver esses fundos aos seus familiares.
O Centro de Relatórios e Análise de Transacções Financeiras da Indonésia descobriu que Enembe tinha feito transacções significativas e questionáveis, incluindo mais de 55 milhões de SGD (39 milhões de dólares) em vários casinos estrangeiros. Estas transacções começaram em 2017. Ele também visitou várias vezes o Crown Resorts na Austrália e depositou quantias questionáveis de dinheiro no Crown Perth.
Estes pormenores vieram a lume depois de a Comissão de Erradicação da Corrupção ter solicitado uma análise exaustiva dos registos financeiros de Enembe. O salário mensal de um governador de província na Indonésia é de cerca de 3 milhões de IDR (US$ 188,91).
Um exemplo de cair o queixo revelado pelo organismo de controlo financeiro foi o pagamento de 5 milhões de SGD (3,46 milhões de dólares) a um casino. Esta revelação ilustra a profundidade do envolvimento de Enembe no jogo e a dimensão dos seus delitos financeiros.
As hipóteses de Enembe voltar à política são escassas. O juiz proibiu-o de ocupar qualquer cargo público durante cinco anos, a contar do fim da sua pena. Enembe insistiu na sua inocência durante todo o julgamento e discutiu com o juiz, que presumivelmente teve esse facto em consideração ao determinar a sua pena. A sua equipa jurídica tenciona recorrer da decisão. O tribunal também ordenou o confisco e a subsequente venda dos seus bens para serem usados para reembolsar o dinheiro que ele deve.
Mesmo que Enembe consiga terminar a sua pena, não poderá voltar a exercer funções políticas durante cinco anos. Apesar de ter insistido na sua inocência e de ter discutido acaloradamente com o juiz durante o julgamento, estas acções podem ter piorado a sua situação, uma vez que o juiz pareceu desagradado com o seu comportamento.
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Fonte: www.casino.org
