Macron relança o debate sobre a eventual utilização de forças terrestres na Ucrânia.
"A confiança em nós depende de uma certa capacidade de desencorajar, mantendo a calma sobre os nossos planos", afirmou Macron. Macron reforçou a sua posição inicial de não descartar nenhuma opção. "Não estou a descartar nada porque temos alguém do lado oposto que também não está a descartar nada", referiu, mencionando o Presidente russo Vladimir Putin.
Os países ocidentais foram "tímidos" no passado, quando não forneceram tanques e aviões à Ucrânia. "Estávamos enganados em termos da nossa credibilidade e da nossa dissuasão em relação à Rússia", sublinhou Macron.
A resposta da Rússia às declarações de Macron sobre o envio de tropas de infantaria ocidentais é a prova de que esta abordagem já teve impacto. "Pretendi fomentar esta ambiguidade estratégica para que Putin se aperceba da nossa dedicação", reforçou.
A Hungria mostrou-se preocupada com as declarações de Macron na quinta-feira. "Se um membro da NATO colocar tropas terrestres (na Ucrânia), isso seria um confronto direto entre a NATO e a Rússia e, portanto, a Terceira Guerra Mundial", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Peter Szijjártó, à emissora LCI.
Macron reiterou a sua disponibilidade para ponderar a dissuasão nuclear da França como parte da defesa europeia. "Se o nosso objetivo é criar uma estrutura de defesa convincente, (...) então o arsenal nuclear deve ser tido em conta, com as restrições conhecidas da sua utilização", afirmou Macron. Isto ajudaria a evitar duplicações ou escaladas, "que são desnecessárias se tivermos essas capacidades", acrescentou. No entanto, não há necessidade de "fundir" estas capacidades.
Macron também quer "erradicar qualquer dúvida sobre as garantias dos EUA". Macron vê a sugestão alemã de um muro europeu de defesa antimíssil como um passo para o "despertar estratégico da Europa". O que também inclui a aceitação da Polónia de instalar armas nucleares da NATO no seu território.
"Nós, europeus, precisamos de nos reunir e forjar um sistema coerente", sublinhou Macron. O objetivo é criar um compromisso de segurança para todos os Estados europeus. Os países que não pertencem à UE, como o Reino Unido e a Noruega, também devem ser tidos em conta.
Macron esboçou um futuro alarmante para a Europa na semana passada e implorou uma ação mais ousada. "A nossa Europa pode morrer", afirmou num discurso na Universidade de Sorbonne, em Paris. O seu novo impulso para fortalecer a defesa europeia partilhada foi elogiado pelos políticos alemães.
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Fonte: www.stern.de