Os Scorpions regressam à digressão - excluindo a Rússia. - "Não queremos participar numa nação que invade outras"
Nesta peça, Klaus Meine, Rudolf Schenker e Matthias Jabs da famosa banda de rock Scorpions discutem o seu planeamento para um concerto em Istambul, a sua escolha de não atuar na Rússia e as alterações feitas à sua famosa música, "Wind of Change". Também examinam o potencial da IA ou dos avatares nas suas actuações ao vivo e sublinham a importância de preservar uma ligação com os seus admiradores. O texto termina com uma pergunta sobre a sua indulgência mais decadente no capítulo atual das suas vidas.
Redução:
Os Scorpions electrizaram milhares de espectadores no início da sua digressão Europa em Istambul!
Klaus Meine (76), Rudolf Schenker (75) e Matthias Jabs (68) antes da atuação na Ponte do Bósforo, que liga a Europa à Ásia, simbolizando o legado do hino à paz da banda.
Klaus Meine: "Sim, está correto. Até os Metallica disseram que se os Scorpions se aventuraram lá, então as outras bandas também podem ir". (risos)
Mas não vão atuar na Rússia desta vez, uma escolha calculada?
Klaus Meine: "Sim. Há muitos anos que actuamos em várias regiões da Rússia e temos milhões de fãs lá, mas depois da invasão da Ucrânia pela Rússia, deixámos de atuar lá.
Rudolf Schenker: "E embora pareça que os Scorpions são políticos - nós não somos. Somos humanos".
Matthias Jabs: "Não tivemos de debater o assunto durante muito tempo. Está entendido: Uma nação que ataca outra, não queremos tocar lá."
Além disso, remodelaram "Wind of Change"...
Klaus Meine: "Reconhecemos há dois anos que não podíamos continuar a tocar um hino de paz como "Wind of Change" na sua forma inicial. Se o tocarmos, temos de modificar a letra. Na altura fiz ajustes e troquei os versos de pausa russa "I follow the Moskva, down to Gorky Park" por uma declaração pró-Ucrânia. (...) O texto voltou a transformar-se minimamente, procurando que um novo "Vento de Mudança" conduza à paz e à liberdade."
Vocês não são apenas uma banda de rock, mas são frequentemente vistos como construtores musicais da paz. Isso é uma responsabilidade?
Klaus Meine: "Não o classificaria como um fardo. Pode ser um desafio. No entanto, fundamentalmente, é um prazer que a banda seja vista assim, tal como nós próprios o sentimos. Nomeadamente, que aspiramos a estabelecer pontes através da música".
Este ano, vão atuar em quase 20 países e a maioria dos espectáculos está esgotada. Parece que continua forte, não?
Matthias Jabs: Para nós, os concertos com lotação esgotada significam uma popularidade elevada - ou as pessoas pensam: "Estão a parar as actuações, por isso temos de ir agora". (risos)
Klaus Meine: "No próximo ano, vamos assinalar o nosso 60º aniversário, um feito espantoso. É claro que é preciso dividir a energia e o poder. Mas é crucial que continue a dar-nos prazer".
Os Rolling Stones estão a ponderar a utilização de avatares em palco. Poderá a IA ter um papel no futuro dos Scorpions?
Klaus Meine: "Consigo imaginar a ideia primeiro. É um modelo de negócio e um método para manter o legado e a história de uma banda. No entanto, é preciso ter cuidado para garantir que os artistas mais jovens possam criar a sua própria música."
Matthias Jabs: "O sucesso das grandes bandas depende do facto de o público estabelecer ligações com os indivíduos em palco. O público deseja assistir a actuações ao vivo. Com avatares ou IA, não é possível reproduzir o encanto que surge num concerto".
Qual é a vossa extravagância mais luxuosa nesta fase das vossas vidas?
Rudolf Schenker: "Não é só o dinheiro que proporciona o luxo. É preciso ter um objetivo na vida. Então, possui-se efetivamente tudo o que se precisa. No início da minha carreira, o meu pai dizia: "Faz o que te traz felicidade, porque o dinheiro virá por si só". Esta abordagem provou ser eficaz. Desfruta-se da vida casualmente - ou não se desfruta de nada".
Klaus Meine: "O luxo é o tempo. E partilhar a vida com os nossos entes queridos. Isso tem um enorme significado para mim."
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Fonte: symclub.org