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O indivíduo que aspirava a tornar-se papa

Hendrik Wüst, Ministro Presidente da Renânia do Norte-Vestefália, faz 50 anos a 19 de julho de 2025, poucas semanas antes das próximas eleições federais. "Obrigado por me lembrarem da minha idade", brinca.

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12 de Mai de 2024
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Sempre que possível, o Ministro Presidente Hendrik Wüst (48) leva a sua filha Philippa (3) ao...
Sempre que possível, o Ministro Presidente Hendrik Wüst (48) leva a sua filha Philippa (3) ao jardim de infância numa bicicleta de carga. Tirou uma fotografia para a BamS na ponte do porto de Düsseldorf

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A jornada de Hendrik Wüst para se tornar quem ele é - O indivíduo que aspirava a tornar-se papa

Hendrik Wüst ri-se: "No entanto, tenho de pensar como vou celebrar o meu cinquentenário. Habitualmente, os aniversários redondos não são significativos para mim. Mas cinquenta parece-me pessoal. A minha mãe só chegou aos cinquenta e três antes de o cancro lhe tirar a vida alguns dias depois. Isso inspira-me um sentimento de humildade quando observo este número".

Em abril de 1995, durante o último ano do liceu e a viver com os pais em Rhede, Münsterland, Hendrik perdeu a mãe, Anneliese Wüst. As suas duas irmãs mais velhas, com mais nove e dez anos do que ele, já tinham iniciado uma vida independente nessa altura. "A morte da minha mãe foi trágica. Marcou um ponto de viragem na minha vida", partilha. "A minha irmã informou-me mais tarde que eu me tinha tornado sério de um dia para o outro - sem me aperceber."

Esta memória ainda inflige emoções dolorosas. "Foi brutal ver a minha mãe sucumbir ao cancro e acabar por não querer viver. Foi uma provação cruel para a nossa família", acrescenta, fazendo uma pausa. "É de partir o coração quando se vê um ente querido rejeitar a vida."

A sua mãe teve uma doença prolongada? "Durou muitos meses. É provável que tenha tido cancro durante anos, embora o tumor tenha sido identificado demasiado tarde. No início, ela lutou, mas acabou por se render. Eu não conseguiria suportar isso".

Hendrik seguiu uma profissão de advogado, foi conselheiro regional da CDU a partir de 1994, tornou-se presidente da Junge Union Nordrhein-Westfalen em 2000 e entrou para a direção federal do seu partido em 2002. Após ter terminado o seu estágio de advocacia, obteve a licença para exercer advocacia, trabalhou numa empresa de consultoria até 2005 e depois tornou-se um político formal. O seu primeiro papel significativo na CDU: Secretário-Geral da CDU na Renânia do Norte-Vestefália durante quatro anos, a partir de 2006. Em 2010, deixou o cargo e, aos 35 anos, tornou-se diretor da associação de editores de jornais da RNV.

Pouco depois desta transição de carreira, Franz Josef Wüst faleceu aos setenta e dois anos. Apesar de estar em forma, sucumbiu a um destino repentino. "A morte do meu pai significou um novo golpe. Senti-me esmagado". Durante a semana da reforma, encontrou-se com o pai para tomar uma bebida, contrastando com o seu anterior cargo de Secretário-Geral.

"Ele estava perturbado, ansioso por saber como eu estava. Visitei a sua residência e conversei com ele. Nessa mesma noite, ele telefonou à minha irmã revelando: 'O rapaz não está muito bem. Não acordou no dia seguinte". Se eu ainda fosse Secretário-Geral, nunca teríamos tido essa conversa final. O facto de ter acontecido esclareceu o que é importante na minha vida", reflecte.

Fotografia de férias: A mãe Anneliese Wüst segura o seu pequeno filhote no burro

Após o falecimento do pai (o nome do meio de Hendrik é Josef, como ele), Henry reformulou as suas prioridades. "A casa dos meus pais estava vazia. Considerei a hipótese de lá residir enquanto pensava na demolição da casa. Queria um lugar para criar raízes, contrariando o trabalho quotidiano."

Demoliu a casa dos pais, da década de 1960. "As condições das fundações eram suspeitas, não correspondiam às normas actuais e a cave era húmida. O telhado tinha infiltrações. Havia um potencial de melhoria considerável. Debati o assunto durante dois anos e meio e depois construí uma nova casa - no endereço original onde os meus pais e nós, os três irmãos, residíamos anteriormente."

Construiu esta casa antes de conhecer a sua mulher, Katharina Wüst (37 anos), posteriormente mãe de Philippa (nascida em 2021). "Habitualmente, os casais constroem casas juntos. No entanto, naquele momento em particular, era crucial para mim afirmar: 'Estou a criar raízes aqui, e é benéfico para mim'. Era uma escolha sentimental, não havia sentido económico. A minha mulher, Katharina, sente-se tão em casa como eu, e isso dá-me uma enorme felicidade".

Giro: Hendrik tinha cabelo loiro em criança, tal como a sua filha

Ele sorri: "Observar a nossa filha a brincar no nosso jardim, onde eu jogava futebol em criança, dá-me uma profunda tranquilidade interior. Para além disso, é uma ligação espiritual aos meus pais."

Este tipo e as suas irmãs tiveram uma educação fixe no campo. Tinham uma pequena floresta atrás de casa e é lá que a sua filha joga agora, diz Hendrik Wüst. Em criança, sonhava em ser padeiro, maquinista de comboios e até Papa, mas a mãe, que tinha um talho com os pais, convenceu-o do contrário. A mãe, que geria um talho com os seus pais, convenceu-o do contrário. Ela referiu que ser padeiro significava levantar-se cedo e ele não gostava disso, que as viagens de comboio o impediam de estar em casa e que, quanto ao Papa, ela disse-lhe que um dia ele não pensaria que as raparigas eram estúpidas. Ela acertou em cheio nas suas previsões.

Wüst acrescenta que os seus pais queriam que os filhos fossem autónomos e assumissem responsabilidades. Especialmente na era do pós-guerra, em que qualquer oportunidade de aprendizagem era agarrada com ambas as mãos. "Se consegues fazer alguma coisa, tens alguma coisa e és alguma coisa." Ele foi para a escola e não foi um dos melhores. As suas irmãs, no entanto, eram ases absolutos. Diz que os seus pais não conseguiam acreditar que o seu filho tivesse dificuldades em aprender como as suas filhas. Em casa, as coisas tornavam-se tensas, com palmadas ocasionais com uma colher de pau, mas eram mais para dissuadir do que para castigar.

De mãos dadas: Hendrik Wüst (à esq.) com o Ministro Presidente da Baviera, Markus Söder (à dir., CSU) e o líder da CDU, Friedrich Merz, na conferência do partido CDU, a 7 de maio, em Berlim

Uma vez, recebeu uma carta de advertência na escola. A sua promoção estava em risco. A mãe encontrou-a no correio. Pediu-lhe que se pusesse em forma. Mas pediu-lhe que não contasse ao pai, senão ele preocupar-se-ia desnecessariamente. Algum tempo depois, o pai encontrou a carta numa gaveta. "Filho, viste isto? Não contes à mãe, ela vai ficar chateada outra vez", gritou.

A sua relação com as irmãs era fantástica. Quando ele era pequeno, elas protegiam-no e mimavam-no. Eram como se fossem o seu único filho. Graças à diferença de idades, não havia rivalidade entre elas. Estão mais unidos do que nunca. Há duas semanas, juntaram-se à celebração da Páscoa quando ele festejou o aniversário do seu filho.

Ele é casado com uma advogada desde setembro de 2019. Encontraram-se num bar em Düsseldorf. Ela reconheceu-o de longe e aproximou-se dele. Aperceberam-se que eram ambos de Rhede e que viviam em casas separadas por apenas algumas ruas. O seu futuro sogro foi um dos seus mentores durante a sua aprendizagem jurídica. Tinha uma fotografia da sua futura mulher na secretária, mas na altura não fazia ideia de que ela viria a ser sua mulher. Têm um apartamento em Düsseldorf (para o seu trabalho) e uma casa em Münsterland.

A mulher de Hendrik Wüst, Katharina, e a filha Philippa

Acredita em coincidências e acha que o encontro com Katharina foi uma delas. Há que tirar partido disso. Conhecem os seus sogros há mais tempo do que a sua atual mulher e são fantásticos. Adoram-se e trabalham bem com a mulher e a filha dele.

As manhãs são o seu forte, juntamente com a sua filha. Para o seu trabalho, ele levantava a filha, tomavam o pequeno-almoço juntos e conversavam sobre as escolhas de roupa para o dia. É como uma sessão matinal mágica que enche o depósito da felicidade para todo o dia. À noite, normalmente, ela já está a dormir quando ele chega a casa.

Sobre se os planos para o bebé estão concluídos, ele e a mulher não falam muito. Mas admiram as famílias com muitos filhos e não querem revelar pormenores.

Príncipe do Carnaval: Hendrik em adolescente

Perder os pais numa idade jovem poderia tê-lo tornado um melhor pai e parceiro. Pensa muitas vezes nos seus pais e gostaria que eles pudessem ver a sua linda filha. Ela é mais espirituosa do que ele era nos seus tempos de rapaz. Tenta não procrastinar e desfruta de alguns momentos de qualidade com a sua mulher e filha. Preenchem as horas livres com recordações felizes.

Não tem a certeza do seu futuro político. Não faz ideia do que o espera depois do cargo de Primeiro-Ministro. Deixa que se desenrole.

Wüst passa as manhãs com a sua filha pequena. Ele gosta disso. Tomam o pequeno-almoço juntos e conversam sobre o dia dela, incluindo as suas preferências de vestuário. O ambiente é sempre alegre. Quando ele regressa ao fim da tarde, ela está normalmente a dormir.

Recarregam a sua bateria de felicidade todos os dias: Quando Hendrik Wüst tomou posse em 26 de junho de 2022, trouxe consigo a sua mulher Katharina e a sua filha Philippa

Os seus planos familiares estão completos? Ele e a mulher não falam sobre o assunto, fascinados com a ideia de ter muitos irmãos, mas não falam sobre isso.

Ele está convencido de que a morte dos pais fez dele um melhor pai e marido. Sente a falta deles e gostaria de ver a sua filha agora. Ela é mais animada do que ele era em criança. Ele não adia as coisas e aprecia os momentos com a sua mulher, como jantar fora ou passar uma noite divertida juntos. Fazem questão de criar memórias felizes no seu tempo livre.

Há algum político que admire? Sim, diz ele. "O meu pai era um grande fã de Franz Josef Strauß e Helmut Kohl. Eu comecei por gostar de Björn Engholm como uma opção diferente. Kohl era demasiado alto e pesado para mim. No entanto, após a queda do Muro de Berlim e a reunificação, comecei a gostar de Helmut Kohl. Quando era um jovem político, encontrei-me com ele duas vezes e, em ambas as vezes, ele disse-me para comer mais, logicamente".

Herança emocional: Esta boneca, que em tempos pertenceu à sua mãe, está no gabinete do poderoso político. A boneca que está por detrás dela no

As pessoas devem saber que Hendrik Wüst gosta de comer e preparar comida, como é óbvio pelo impacto que a sua mãe teve sobre ele. "A mãe dele tinha um livro de receitas escrito à mão e, por vezes, ele prepara pratos a partir dele. Nada de especial, apenas pratos do dia a dia. Como sopa de carne ou de galinha, goulash. O tipo de comida simples e boa".

Porque é que a sua mãe acabou por passar um ano num convento? "Quando tinha catorze anos, teve um fraquinho por um rapaz refugiado protestante. Naquela altura, na região de Münsterland, fortemente católica, em meados dos anos 50, o protestantismo não era bem recebido. A sua avó era especialmente contra e, por isso, mandaram a sua mãe para as freiras durante um ano. A mãe recorda-o frequentemente como o pior ano da sua vida". Pouco tempo depois, a mãe conheceu o pai, que apesar de ser católico e pobre, era a coisa mais importante para ela. "Casaram-se porque ele era católico. O dinheiro não importava."

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Fonte: symclub.org

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