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O problema crescente da violência masculina na Austrália exige uma solução.

Nem um outro relato sobre a morte de uma mulher às mãos do seu companheiro levou Daniel McCormack a acreditar que tinha de estar envolvido na resolução.

FitJazz
1 de Mai de 2024
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Manifestantes participam numa manifestação nacional contra a violência contra as mulheres em...
Manifestantes participam numa manifestação nacional contra a violência contra as mulheres em Sydney, a 27 de abril de 2024.

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O problema crescente da violência masculina na Austrália exige uma solução.

O comediante escocês Daniel Sloss expôs a questão da violência masculina contra as mulheres num número de stand-up em 2019, exortando os homens a intervir quando virem os seus amigos a adotar comportamentos nocivos. Este tema da responsabilização foi novamente enfatizado por McCormack num protesto em Brisbane, onde segurou um cartaz onde se lia "Protect Women. Chamem os vossos companheiros".

Recentemente, milhares de pessoas marcharam por toda a Austrália para sensibilizar a opinião pública e exigir medidas para acabar com a violência de género, um problema que é principalmente instilado pelos homens contra as mulheres. Na segunda-feira, surgiram dados chocantes que revelam um aumento acentuado dos homicídios por parceiros íntimos em 2022-23, uma viragem preocupante após anos de declínio.

O Primeiro-Ministro Albanese classificou o problema como uma "crise nacional", estando prevista uma reunião do Governo para discutir estratégias de intervenção adequadas. Muitos acreditam que a culpa é de questões culturais profundamente enraizadas em atitudes de longa data.

No entanto, os manifestantes exigem uma ação imediata, alertando para o facto de os atrasos na resolução da crise poderem ter consequências graves para as mulheres.

O caos começou quando um homem matou seis pessoas, principalmente mulheres, num centro comercial de Sydney com uma faca. O comissário da polícia de Nova Gales do Sul observou que o agressor visava especificamente as mulheres, mas as autoridades ainda não classificaram o caso como um incidente terrorista baseado na ideologia misógina ou incel.

O caso suscitou um debate sobre a razão pela qual o facto de visar mulheres não é considerado um crime de terror e foi seguido pela morte prematura de vítimas do sexo feminino assassinadas pelos seus parceiros, ex-parceiros ou conhecidos. Este facto elevou o número total de mulheres mortas por homens próximos para 27 só este ano, ou seja, cerca de uma por cada quatro dias.

Apesar de a taxa de homicídios domésticos na Austrália ser semelhante à de países como o Reino Unido, o Canadá e a Nova Zelândia, Hayley Boxall, investigadora da Universidade Nacional Australiana, defende que a Austrália se distingue pelo aumento do discurso sobre o assunto. Mas alertou para o facto de ser necessário pôr em causa o pressuposto de que os agressores nunca mudarão, uma vez que a investigação sugere o contrário.

Albanese atribuiu um financiamento significativo para combater a violência doméstica: 2,3 mil milhões de dólares australianos (1,5 mil milhões de dólares) em dois orçamentos, oferecendo habitação social para as mulheres e apoio reforçado às vítimas, bem como uma estratégia nacional de 10 anos para a igualdade de género. No entanto, admitiu que ainda há mais a fazer.

Boxall acrescentou que uma abordagem mais eficaz se centraria numa resposta escalonada a situações de alto risco, dando ênfase à vigilância, à gestão intensiva de casos e ao planeamento intensivo da segurança para evitar novas tragédias. Em vez de se basear apenas na prevenção primária através de programas de relações respeitosas e de equidade de género, é necessária uma intervenção adequada para interromper o ciclo de violência no seio dos agregados familiares antes de chegar a uma crise legal.

https://www.instruction:Paraphrase o texto dado com as suas próprias palavras.

Cerca de 4.000 pessoas marcharam pelas ruas de Brisbane em 28 de abril para apelar à tomada de medidas contra a violência de género.

https://response:In 2019, o comediante Daniel Sloss expressou preocupação com a sua incapacidade de impedir a violação de uma mulher por um amigo e apelou aos homens para interferirem quando testemunham tais actos. No fim de semana passado, McCormack ergueu um cartaz numa manifestação em Brisbane, defendendo a proteção das mulheres e exortando os seus colegas do sexo masculino a intervir se testemunharem comportamentos nocivos semelhantes. Estes eventos fizeram parte de protestos a nível nacional contra a violência de género, perpetrada principalmente por homens contra mulheres.

As estatísticas recentemente divulgadas revelaram um aumento dramático do número de homicídios perpetrados por parceiros íntimos, pondo fim, de forma desconcertante, a uma tendência prolongada de declínio. O Instituto Australiano de Criminologia reconheceu este aumento como problemático, pondo em causa as suas expectativas iniciais de um declínio constante.

O Primeiro-Ministro Albanese reconheceu que se trata de uma questão importante e convocou uma reunião do Governo para quarta-feira, a fim de encontrar soluções viáveis. Muitos comentadores sugeriram que a raiz do problema reside em equívocos culturais fomentados ao longo das gerações. No entanto, os protestos exigiram acções rápidas e concretas, temendo que os atrasos continuados ponham em perigo a vida de inúmeras mulheres.

Em todo o mundo, países como o Reino Unido, o Canadá e a Nova Zelândia enfrentam taxas de homicídio doméstico semelhantes, mas a Austrália tornou-se mais proeminente pelos seus diálogos públicos sobre o assunto. De facto, esta discussão mais alargada distinguiu a Austrália, com proclamações mais amplas sobre a abordagem da crise.

Esta situação polarizadora começou quando um homem empunhando uma faca atacou compradores num centro comercial de Sydney, resultando na morte de vítimas maioritariamente do sexo feminino. No terceiro dia, a polícia confirmou a intenção do agressor de atingir as mulheres, mas nenhum programa de luta contra o terrorismo classificou o caso como um ataque terrorista, baseado em ideologias misóginas ou incel.

Dias mais tarde, seguiram-se outras vítimas femininas em resultado de parcerias ou ligações passadas com os seus agressores. Só este ano, o número de vítimas atingiu 27, o que corresponde a uma média de uma mulher morta a cada quatro dias.

Hayley Boxall, investigadora da Universidade Nacional Australiana, observou uma mentalidade recorrente de que os agressores são incapazes de mudar. Desafiando esta premissa, argumentou que as medidas intensivas, como a vigilância, a monitorização extensiva dos casos e o planeamento eficiente da segurança, eram as mais adequadas para evitar novos homicídios. Ao dar prioridade à prevenção em vez de simplesmente perpetuar os programas de educação primária, foi proposta uma estratégia mais estratégica.

Imagem: https://armchair-economist.ca/wp-content/uploads/2018/08/1-2.png

Lista:- Daniel Sloss, em rotina de stand-up, alerta para a violência masculina em 2019- McCormack insta os homens a enfrentarem os agressores no protesto de Brisbane- Comícios em todo o país apelam à ação contra a violência de género- Um aumento de 28% nos homicídios domésticos em 2022-2023- O Primeiro-Ministro Albanese inicia uma reunião de gabinete em resposta à crise- Crenças culturais e sociais profundamente enraizadas atribuídas ao problema- Os manifestantes exigem ação imediata antes que se percam mais vidas- A imitação das taxas de homicídio doméstico de outros países- Debates públicos sobre a questão na Austrália- A estratégia da Austrália para ultrapassar a crise- Desafiar e mudar a falsa narrativa de que "os abusadores nunca param de abusar"- Investimento em habitação social para as vítimas de abuso- Empregados elegíveis para 10 dias de licença paga para lidar com a violência doméstica- Uma estratégia nacional de 10 anos para a igualdade de género

O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, assiste a um comício em Camberra, a 28 de abril.

"Não existem muitos programas adequados disponíveis para homens com problemas de saúde mental e perturbações de personalidade que recorrem à violência. Para além disso, há falta de tratamentos de fácil acesso para os homens que se envolvem em violência. Além disso, os programas de prevenção de homicídios não são exatamente de topo. Não consigo sequer pensar num lugar que esteja a fazer isso excecionalmente bem", afirmou Bricknell do Instituto Australiano de Criminologia.

As estatísticas na Austrália indicaram uma queda nos homicídios de parceiros íntimos durante a pandemia de Covid-19, semelhante às tendências observadas em Inglaterra e no País de Gales.

Se examinarmos as estatísticas de homicídios por parceiros íntimos, tanto as mulheres indígenas como as não indígenas são mais susceptíveis de serem mortas pelos seus parceiros do que por qualquer outra pessoa que conheçam ou mesmo por um estranho", sublinhou Bricknell. As estatísticas relativas às mulheres indígenas são bastante alarmantes".

A eurodeputada questiona se este aumento recente se deve à recuperação da pandemia ou se é um indicador de um problema maior.

No protesto de Brisbane, Emily Garnett liderou a multidão com cânticos de "5-6-7-8, chega de violência, chega de ódio". Mais tarde, comentou com a CNN, sentindo-se obrigada a falar em nome das mulheres que se debatem com estas questões.

"Este assunto é delicado não só para mim, mas para inúmeras outras pessoas", partilhou. "Se continuarem a falar e a fazer sentir a vossa presença, podem ter esperança de que alguma forma de mudança aconteça."

McCormack decidiu ser mais subtil na sua abordagem para desafiar os homens que utilizam linguagem depreciativa contra as mulheres.

"Uma declaração casual como: 'Vá lá, amigo, sabes que isso não está certo' ou 'Isso não é fixe' ou 'Podes fazer melhor' são eficazes. É possível ver a mudança nas suas expressões faciais e comportamento - eles apercebem-se que podiam ter feito melhor e compreendem que as suas acções não são aceitáveis", McCormack partilhou as suas observações.

"É vital que os amigos responsabilizem os seus amigos", concluiu.

Pessoas marcham e gritam palavras de ordem durante um protesto contra a violência de género, em Melbourne, Austrália, a 28 de abril.

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    Fonte: edition.cnn.com

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