Surgem alegadas preocupações chinesas sobre Sheldon Adelson e ligações à CIA
Surgiram informações sobre as suspeitas dos funcionários chineses de que o magnata americano do jogo Sheldon Adelson e a CIA estariam a trabalhar em conjunto para apanhar funcionários públicos corruptos.
O relatório confidencial encomendado em 2010 pela Sands China Ltd. de Adelson, que manifestou preocupações quanto à resistência do governo local ao jogo, revelou que o governo chinês acreditava que Adelson estava em conluio com os serviços secretos para espiar funcionários públicos que roubavam fundos públicos e os utilizavam em Macau.
Esta informação foi mantida escondida durante cinco anos até ser descoberta pelo Programa de Reportagem de Investigação da Universidade da Califórnia.
O relatório tinha instruções explícitas para não ser mostrado à China continental.
Recentemente, o relatório veio a lume durante um processo de despedimento sem justa causa em Las Vegas, envolvendo o antigo diretor executivo da operação Sands Macau de Adelson.
Macau - foco da atividade de espionagem dos EUA
De acordo com o relatório, muitos funcionários chineses acreditavam que as agências de espionagem dos EUA estavam muito activas em Macau, tendo os casinos de Macau como base de operações.
O relatório afirma ainda que o próprio Sands Macau foi visado pelas autoridades chinesas.
"Uma fonte fiável informou que os funcionários do governo central chinês acreditam que o Sands permitiu que agentes da CIA/FBI operassem a partir das suas instalações. Estes agentes "controlam os funcionários do governo do continente" que jogam nos casinos, acrescentou.
Esta fonte também informou que vários organismos governamentais da RPC (República Popular da China) relataram "provas" de "agentes dos EUA", que operam a partir do Sands, "atraindo" e "encurralando" funcionários do governo do continente, envolvidos no jogo, para os coagir a cooperar com os interesses do governo dos EUA."
Resposta do Sands
Em resposta às alegações de que a Sands estava a colaborar com os serviços secretos dos EUA, o vice-presidente sénior da Sands para as comunicações globais e assuntos corporativos, Ron Reese, disse ao The Guardian:
"Quanto à narrativa do documento de que a Sands é uma fachada para os serviços secretos dos EUA, bem, isso parece uma ideia para um guião de um filme. Infelizmente para os teóricos da conspiração, o que surgiu, tal como a empresa sempre defendeu, é um documento que Steve Jacobs encomendou para os seus próprios fins pessoais e é simplesmente uma coleção de especulações sem sentido. No fundo, é muito barulho por nada".
A polémica saga em tribunal
A divulgação do relatório é a última reviravolta num complicado drama jurídico que envolve o antigo braço direito de Adelson em Macau.
Jacobs alegou ter sido despedido depois de ter protestado contra pagamentos "excessivos" feitos a um legislador de Macau.
Apesar de Adelson ter aprovado um pagamento de 700.000 dólares a Leonel Alves, tanto Jacobs como os advogados da empresa consideraram as somas avultadas preocupantes, uma vez que poderiam violar as leis de suborno dos EUA.
Receio do envolvimento de funcionários chineses em Macau
Não é segredo que o governo chinês há muito que é hostil a Macau.
O Presidente Xi Jinping tem reprimido a corrupção, com ênfase nos funcionários públicos, e tem também imposto restrições financeiras aos visitantes do continente que viajam para o centro de jogo.
Isto resultou num declínio significativo do tráfego "VIP", afectando gravemente casinos como o Sands Macau e a economia chinesa em geral.
O relatório também sublinhou as preocupações do governo chinês relativamente ao facto de os seus funcionários levarem fundos públicos para Macau para jogar, uma preocupação de longa data.
No entanto, parece agora que o governo de Pequim também está preocupado com a possibilidade de a CIA capturar esses funcionários.
"Há uma perceção generalizada entre os funcionários de que a Sands serve os interesses do governo dos EUA em Macau", indica o relatório.
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