A proibição das apostas desportivas no Chile leva a menos patrocinadores para as equipas de futebol.
Na semana passada, os juízes do mais alto tribunal do Chile decidiram que a maior parte das plataformas de apostas desportivas em funcionamento no país estão a violar ostensivamente a lei. Prevê-se que venha a ter uma influência substancial no sector desportivo chileno, em especial na indústria do futebol, uma vez que as equipas já rescindiram os seus contratos de patrocínio com as casas de apostas.
Numa decisão por 5-0, o Supremo Tribunal desferiu um golpe devastador nas empresas de apostas online e no futebol. Muitas destas empresas patrocinam equipas de futebol locais e o principal campeonato nacional. No entanto, a única organização que conseguiu escapar ao escrutínio legal foi a agência de jogo e lotaria gerida pelo governo, La Polla Chilena de Beneficencia.
A Betsson e a Betway, dois operadores importantes, são suspeitos de serem os mais afectados pelo veredito. A Betsson investiu fundos substanciais no futebol chileno e a Betway foi o único patrocinador de várias equipas locais. Consequentemente, ambas as plataformas foram retiradas do campeonato.
Betsson perde um investimento significativo
As notícias sobre a ilegalização das apostas desportivas espalharam-se rapidamente, chegando mesmo a Malta e à Suécia - onde residem as operações e as partes interessadas da Betsson. A Betsson tinha pago 2,5 milhões de dólares à Associação Nacional de Futebol Profissional (ANFP) para adquirir o seu lugar, tendo posteriormente aumentado a sua participação para 8 milhões de dólares. O seu anterior patrocinador, a AFP Planvital, financiou o mesmo privilégio, mas a um custo de 500 mil dólares.
Desde o início do ano, a Betsson tem apoiado o Boca Juniors na Argentina, ao abrigo de um contrato de 7,5 milhões de dólares. Também apoia equipas noutros países, como Espanha e Peru, e é o patrocinador principal da Liga 1 do Brasil. Além disso, patrocinaram o torneio da Copa América de 2021.
O acordo com a mais alta autoridade do futebol chileno já estava a esmorecer antes de o Supremo Tribunal ter proferido a sua decisão. Em 31 de agosto, a Subsecretaria de Justiça ordenou que a ANFP revogasse qualquer contrato que vinculasse a associação com a Betsson no prazo de 30 dias úteis. Além disso, a ANFP tinha de eliminar qualquer menção à empresa no seu sítio Web e em todos os outros meios de comunicação públicos, bem como mudar o nome dos seus campeonatos da Primeira Divisão A e B.
A ANFP contestou ferozmente esta diretiva e contratou um advogado para apresentar um recurso contra a ordem. No entanto, quando o Supremo Tribunal entrou em ação, tudo parou e a ANFP está agora a desfazer a sua parceria com a Betsson.
Betway se afasta
Quase todas as equipas de futebol locais têm um operador de apostas online estampado nas camisolas, mas todos eles foram considerados ilegais pelo Supremo Tribunal. Se alguma equipa persistir em manter o contrato, arrisca-se a enfrentar problemas legais e monetários.
De acordo com o meio de comunicação social local El Mercurio, cinco equipas, Unión La Calera, Everton de Viña del Mar, Ǹublense, Audax Italiano e Coquimbo Unidos, vão terminar a sua associação com a Betway. Eles foram os primeiros a anunciar os seus compromissos durante uma cerimónia coletiva em janeiro de 2022. Outras equipas seguiram o exemplo, sendo a Unión Española a única equipa do Campeonato Nacional sem uma plataforma de apostas como patrocinador.
A 1190 Sports, a empresa de administração de direitos desportivos que liga as equipas à Betway, deu-lhes instruções para interromperem a sua parceria. As equipas deverão concluir a sua separação nos próximos dias, depois de terem contactado a Betway para uma discussão sobre as consequências futuras.
Os dados relativos ao valor total dos patrocínios combinados são escassos e não se sabe ao certo qual o montante já entregue pela Betway. Cada acordo, incluindo o da Betsson, deve ser avaliado individualmente para determinar as obrigações financeiras e os reembolsos, se for caso disso.
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