Desmascarado o artista por detrás da escultura enigmática na montanha do Nevada
Um indivíduo anónimo assumiu o crédito por uma peculiar peça de land art encontrada num planalto de uma montanha, com vista para o sudoeste de Las Vegas. Matt Jones, um massagista de 47 anos e pai de cinco filhos, deu um passo em frente para o Las Vegas Review-Journal.
A obra de arte liga um triângulo de 12 metros de comprimento a um símbolo yin-yang de um lado e a uma cara de macaco do outro. A obra de arte está completamente escondida no seu interior, tendo sido descoberta por acaso quando David Golan, um médico desportivo que vive nas proximidades, reparou em formações rochosas invulgares que lançavam sombras peculiares enquanto ele e a sua mulher passeavam os cães nas proximidades. Quando regressou a casa, Golan utilizou o Google Earth para examinar a área.
Jones relatou ter criado a peça no final de 2016, durante as caminhadas que fez pelas colinas atrás da sua antiga residência, a oeste da South Fort Apache Road e da Cactus Avenue.
Alguns referem-se a ela como "O Rei Macaco do Deserto", embora Jones tenha afirmado que nunca lhe deu um nome.
Em busca de inspiração
Jones atribuiu o seu trabalho a um documentário sobre as Linhas de Nazca, grandes imagens desenhadas com linhas no deserto peruano. Ele afirmou que a criação começou com um círculo, seguido por um símbolo de Merkaba. Esta forma é composta por dois tetraedros que se intersectam e giram em sentidos opostos, supostamente gerando um campo de energia 3D.
O termo "Merkaba" deriva da palavra hebraica para carruagem, mas não tem qualquer relação com a Estrela de David, frequentemente confundida com ela.
Apesar de alguém ter removido as pedras que formavam o símbolo da Merkaba, Jones não se intimidou. Transformou o círculo num símbolo yin-yang, representando a dinâmica filosófica chinesa de forças opostas mas interligadas. De seguida, acrescentou um triângulo virado para leste, utilizando uma corda para endireitar as linhas de rochas que formavam os seus lados.
O rosto não é o de Buda, como foi inicialmente referido, mas sim o de um macaco, embora a sua cabeça esteja escondida por um unalome, um símbolo budista/hindu que simboliza o caminho para a liberdade. O macaco foi parcialmente inspirado em Hanuman, o macaco comandante do exército de macacos na mitologia hindu.
O macaco usava originalmente uma carranca, mas Jones informou o R-J que virou a carranca ao contrário para representar o fim do confinamento pandémico.
Macaco vê, macaco desfaz
Apesar de ter ganho fama devido à cobertura mediática, a obra de arte poderá em breve ser desmantelada pelo Bureau of Land Management (BLM), que não gosta de grandes obras de arte criadas sem licença em terrenos classificados como "paisagem natural e habitat de vida selvagem".
A agência federal foi alertada para a sua existência no início deste ano pelo repórter do R-J, Brett Clarkson, que perguntou sobre o assunto. Foi a primeira vez que ouviram falar do assunto.
Uma vez que nos informou sobre este assunto, vamos iniciar uma investigação e determinar os próximos passos", disse um representante do BLM a Clarkson num e-mail, referindo que "são emitidas autorizações para obras de arte em terrenos como este" para salvaguardar o ambiente de quaisquer alterações potencialmente destrutivas.
Jones afirmou que não solicitou uma licença porque não sabia que era necessária uma para mover rochas que já existiam no local. Informou o R-J que ficaria "um pouco desiludido" se "O Rei Macaco do Deserto" fosse apagado.
"É apenas um pequeno trabalho de amor", disse Jones.
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