O diretor do futebol francês demite-se antes do Campeonato do Mundo de Futebol Feminino devido a acusações de assédio sexual.
Noêl Le Graêt, o presidente da Federação Francesa de Futebol (FFF), que deixou recentemente o cargo, não está a abandonar totalmente o mundo do futebol. Foi recentemente nomeado delegado da FIFA.
Le Graêt foi demitido do seu cargo a 11 de janeiro, depois de ter feito comentários depreciativos sobre o antigo jogador e treinador francês Zinedine Zidane. Este incidente deu origem a uma série de alegações de assédio sexual contra ele, fazendo com que perdesse o apoio da Seleção Nacional Francesa.
Uma investigação imediata do Ministério dos Desportos levou à sua demissão. O jogador de 81 anos nega as alegações e planeia apresentar um processo por difamação contra a Ministra dos Desportos, Amelie Oudéa-Castéra, pelo que considera ser manipulação de informação.
Várias fontes afirmam que existem provas adicionais da má conduta de Le Graêt. Sonia Souid, que representa várias jogadoras francesas, acusou-o de comportamento inadequado, o que levou a uma investigação oficial por parte do Ministério Público de Paris. Outra directora da FFF, Florence Hardouin, alegou ter sido vítima de assédio sexual por parte do seu antigo patrão.
O mandato de Le Graêt na FFF foi marcado pelo sucesso, incluindo a vitória no Campeonato do Mundo de 2018 e uma vitória na Liga das Nações em 2021. Philippe Diallo, que o substituiu, permanecerá no poder até às próximas eleições.
Problemas contínuos na FIFA
Apesar do drama atual, a FIFA nomeou Le Graêt como seu delegado na sede em Paris. Este cargo foi-lhe atribuído em janeiro de 2022 pelo presidente da FIFA, Gianni Infantino. Atualmente, não há qualquer resposta da FIFA sobre a possibilidade de rescindir a sua oferta.
As funções do delegado incluem a gestão das associações membros da FIFA e a criação de um quadro estratégico para os resultados do desenvolvimento do futebol através do Programa FIFA Forward. No entanto, este ano pode ser mais difícil devido à atual instabilidade no futebol francês. O Campeonato do Mundo de Futebol Feminino está agendado para o final de 2022 e várias jogadoras francesas já disseram que não vão participar.
Wendie Renard, Marie-Antoinette Katoto e Kadidiatou Diani já anunciaram a sua retirada e espera-se que mais jogadoras sigam o exemplo. Isto terá um impacto significativo nas previsões das casas de apostas, passando a França de +750 na DraftKings para um quinto lugar. A ausência de jogadores como Renard, que tem 14 títulos da Divisão 1 francesa, poderá afetar significativamente as probabilidades de apostas.
Liderança polémica
Le Graêt teve um mandato tumultuado na FFF, apesar das conquistas durante o seu mandato. Em janeiro, fez manchetes com os seus comentários negativos sobre Zinedine Zidane durante uma entrevista radiofónica à RMC.
Quando a RMC lhe perguntou se tinha falado com Zidane sobre um potencial sucessor do treinador Didier Deschamps, Le Graêt respondeu com um comentário depreciativo sobre a estrela, sugerindo que ele nem sequer se daria ao trabalho de atender o telefone. Esta ação perturbou profundamente muitos entusiastas do futebol francês e desempenhou um papel importante nas acusações que lhe foram feitas posteriormente.
Antes disso, Le Graêt já tinha sido alvo de escrutínio relativamente à sua conduta no seio da FFF. Em setembro de 2021, a revista de futebol francesa So Foot publicou mensagens sexuais supostamente enviadas por Le Graêt a membros femininos da FFF. Além disso, membros da FFF criticaram o seu estilo de gestão "desastroso".
Le Graêt contestou estas afirmações, apresentando um processo por difamação contra a revista.
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