O sistema de lotaria do Minnesota é alvo de críticas
Nos Estados Unidos, a discussão em torno das apostas na Internet tornou-se um tema de grande atualidade na política federal. No entanto, prevê-se que os avanços neste domínio - quer no sentido de uma regulamentação a nível nacional, quer de uma proibição total - sejam lentos, ou talvez nem cheguem a ocorrer. Por outro lado, as mudanças locais continuam a fazer progressos, por vezes a uma velocidade relâmpago.
O Minnesota é um exemplo disso, onde alguns responsáveis estão a apressar-se a concluir acordos de lotaria online no estado. Inicialmente introduzida online há alguns anos, a Lotaria do Minnesota está a ser alvo de críticas à medida que os jogos de lotaria ganham maior exposição.
Comentários duros de quem desaprova
"Isto não é a lotaria online", afirmou o deputado estadual Greg Davids (R-Preston). "Isto é crack online. É viciante e vai destruir famílias".
O principal ponto de discórdia para os críticos é a melhoria da acessibilidade dos jogos de lotaria em todo o estado. A Lotaria do Minnesota tem experimentado recentemente a venda em ATM, bombas de gasolina e dispositivos móveis, levando alguns a argumentar que os jogos são simplesmente demasiado acessíveis.
"Agora vamos ter jogos de azar em todos os smartphones", comentou Jake Grassel, da organização Citizens Against Gambling Expansion. "Em todos os iPhone. Em todas as escolas, todas as bibliotecas, todos os Starbucks de todo o estado."
Estes comentários parecem estar a ganhar velocidade nas bases legislativas. O Senado do Minnesota já expressou um retumbante "não" às vendas de lotaria online, e o Comité de Comércio da Câmara concordou com um projeto de lei semelhante na semana passada.
Governador manifesta dúvidas
O governador Mark Dayton, no entanto, não está totalmente convencido de que o projeto de lei será aprovado sem falhas. Embora especule que o projeto de lei possa ser uma tentativa de ajudar os concorrentes da Lotaria do Minnesota e não uma preocupação genuína com os jogos, admite que poderá não ter autoridade para impedir o avanço do projeto de lei. Embora Dayton não tenha garantido a assinatura do projeto de lei, confessou que, se os apoiantes conseguissem votos suficientes na Câmara, nem mesmo o seu veto impediria a legislação.
No entanto, Dayton pediu que qualquer lei relacionada com o assunto conceda pelo menos à Lotaria do Minnesota um período de carência para cessar as suas vendas online.
"Como muitas outras coisas nesta sessão, está a ser aprovada sem a reflexão que merece", comentou Dayton.
Ainda assim, com os líderes de ambos os partidos a apoiarem este esforço, uma votação na Câmara poderá estar iminente nas próximas semanas.
Os funcionários da lotaria contra-argumentam
Entretanto, os representantes da Lotaria do Minnesota têm continuado a defender esta passagem para os jogos baseados na Internet, argumentando que têm de inovar para se manterem a par dos tempos. Ed Van Sletten, diretor da Lotaria do Minnesota, refere que a interrupção das vendas online poderia resultar numa queda de 8 milhões de dólares nas receitas anuais. Afirmou também que existem medidas significativas para evitar que os menores comprem bilhetes.
Van Sletten questionou o objetivo das tentativas de marketing da Lotaria do Minnesota.
"Se vamos legislar contra o marketing dirigido a jovens adultos, penso que é preciso concentrarmo-nos nas empresas de bebidas energéticas - Mountain Dew, por exemplo - em vez disso", afirmou Van Sletten.
A legislação proposta poderia também acabar com a venda de lotarias nas bombas de gasolina. Os proprietários de lojas de conveniência têm lutado contra estas vendas, afirmando que elas afastam os clientes das suas lojas e os levam para as bombas de gasolina.
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