Proposta de criação de um casino em New Hampshire fracassa por uma única votação
Em New Hampshire, parece quase impossível que o Estado se aproxime da legalização do jogo em casino sem o tornar efetivamente legal. Na semana passada, após um aceso debate de duas horas, o projeto de lei sobre dois casinos foi rejeitado por apenas um voto na Câmara, apenas um mês depois de o projeto sobre um casino ter sido rejeitado por 29 votos e um ano após a tentativa anterior. A vice-presidente Naida Kaen, que presidia à sessão, tomou a decisão final com um empate de 172-172 votos.
Este projeto de lei previa a concessão de duas licenças de jogo e os operadores deveriam concorrer através de um processo de concurso. A Autoridade de Supervisão Reguladora do Jogo tinha criado regulamentos com o objetivo de gerar 25 milhões de dólares em partilha de receitas para as cidades. Uma sondagem recente realizada pela Universidade de New Hampshire revelou que a maioria dos residentes acolhia favoravelmente o jogo em casinos. Estimava-se que dois casinos em pleno funcionamento poderiam gerar 168 milhões de dólares para o Estado, que enfrenta um grave défice orçamental depois de o controverso "imposto hospitalar" ter sido considerado inconstitucional, deixando um vazio de 185 milhões de dólares.
Desta vez, parece ter havido mais apoio ao projeto de lei, com 17 representantes que anteriormente votaram contra a proposta a mudarem de posição. Muito provavelmente, isso deveu-se ao facto de o projeto de lei ter sido anexado a um projeto de descriminalização da marijuana, ao qual muitos na Câmara eram favoráveis. Quarenta e dois representantes, por outro lado, não estiveram presentes, potencialmente devido à questão da marijuana. Além disso, alguns poderão ter proposto a eliminação do projeto de lei, a fim de criar espaço para mais debates e para a elaboração de uma versão alterada.
O vice-presidente da Câmara, Lou D'Allesandro, é o principal patrocinador do projeto de lei e não se deixa intimidar, uma vez que já apresentou uma moção para reabrir o debate sobre o projeto. Continua otimista quanto à sua aprovação na próxima vez.
"Estou triste por o projeto de lei não ter sido aprovado hoje, uma vez que permitiria que o investimento privado impulsionasse o crescimento económico e criasse emprego, mas tenho esperança num resultado mais positivo da próxima vez", afirmou D'Allesandro em comunicado.
No entanto, nem todos estão tão optimistas. O deputado Gary Richardson, de Hopkinton, não conseguiu esconder a sua frustração, afirmando: "Isto parece um déjà vu outra vez. Tivemos este debate há um mês, mas os problemas mantêm-se".
Entretanto, Massachusetts está a colher os benefícios. A sua crescente indústria de casinos poderia ter sido afetada negativamente pela legalização em New Hampshire. No ano passado, o presidente da Comissão de Jogos de Massachusetts, Stephen Crosby, expressou a sua preocupação com a possibilidade de os casinos de New Hampshire invadirem o mercado de Boston. Ele acreditava que era "inevitável" a abertura de um casino em Salem.
De acordo com o reverendo Richard McGowan, especialista em jogos de azar do Boston College, "esta é uma vitória por enquanto, porque parece que New Hampshire ainda não está pronto para legalizar totalmente o jogo. É mais provável que as pessoas de New Hampshire visitem a zona de Boston do que façam a viagem até Connecticut".
E com o projeto de lei de New Hampshire agora no ar, isso proporciona um pouco de alívio para o Wynn Resorts e o Mohegan Sun enquanto lutam pela licença de casino restante de Massachusetts.
"Isto é definitivamente favorável a ambos, pois têm menos um concorrente com que se preocupar", acrescentou McGowan. "Não ajudará realmente as instalações na zona ocidental de Massachusetts, mas dará definitivamente um impulso a Boston."
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